Executivos da maior instituição financeira dos EUA apostam em inovação liderada pelo setor público.

Como já deve saber, o avanço da tecnologia contribuiu para a inovação de diversos setores, fazendo as empresas oferecerem produtos e serviços que facilitam o dia a dia das pessoas.

Muitas dessas soluções revolucionaram as relações de consumo e o comportamento da população mundial, sendo representantes do novo cenário econômico, por movimentarem bilhões de reais.

Falando da indústria financeira, a primeira inovação do mercado chegou em meados do ano 2000, conhecida como “big techs”. São empresas que dominam a tecnologia, oferecem seus produtos/serviços em grande escala e, claro, lucram muito com isso.

As 5 maiores “big techs” hoje são a Apple, Amazon, Facebook, Microsoft e Netflix. Todas influenciam na forma que as pessoas se comunicam, compram e vendem no meio digital.

A segunda inovação do setor foram as “fintechs”, empresas que também dominam a tecnologia e oferecem soluções financeiras totalmente digitais, permitindo que os clientes acessem todas as informações através do smartphone, sem a necessidade do presencial. Geralmente, as “fintechs” oferecem conta digital, cartão de crédito e débito, empréstimos, entre outros.

Segundo os executivos do Citi, Steve Donovan e Driss Temsamani, a terceira inovação deve ser liderada pelo setor público. Isso não significa que os governos vão oferecer serviços diretamente para a população, mas diante do surgimento das criptomoedas (moedas digitais) e o “blockchain”, os bancos centrais perceberam que precisam controlar e tentar estabelecer algumas normas para o desenvolvimento do setor financeiro.

Qual a percepção dos executivos do Citi?

Com décadas de experiência na área de tecnologia financeira e vivência em vários países, os dois executivos do Citi (maior e mais antiga instituição financeira dos EUA) acreditam na possibilidade de fazer parcerias com as “big techs” e “fintechs”, tornando-se um “banco invisível” em diversos países, oferecendo a infraestrutura necessária para os parceiros ofertarem produtos e serviços aos clientes.

Segundo eles, a relação com os novos entrantes não tem caráter de competição. “Nosso maior competidor é a economia informal”, diz Driss Temsamani para a América Latina, baseado em Miami. As economias informais são qualquer tipo de atividade econômica exercida sem nenhum registro oficial.

Em entrevista ao Valor, os dois executivos alegaram que o Brasil é o país do mundo que mais inova no setor financeiro e serve de referência aos demais países da América Latina.

Donovan até comparou o Brasil com a Cingapura, país localizado na Ásia e que é um gigante na economia, sendo um polo financeiro e tecnológico global. “Diria que o Brasil é a Cingapura da América Latina”, aponta.

FONTE: valor.globo.com