Após o impacto causado pela pandemia, fundos de investimento crescem novamente e registram recorde histórico na captação líquida.

A indústria de fundos de investimento também foi afetada pela pandemia do Coronavírus, registrando apenas R$ 11,3 bilhões de captação líquida no primeiro semestre de 2020, período marcado pelo início da crise pandêmica mundial.

O cenário foi bem diferente em 2021, atingindo um grande aumento comparado com os outros anos, um recorde histórico na captação líquida de fundos de investimento. O valor foi de R$ 206 bilhões somente no primeiro semestre, até 30/06/2021, um crescimento de 1.723%.

Os dados foram informados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).

Com base nos números acima, o patrimônio líquido dos fundos do Brasil atingiu R$ 6,6 trilhões em junho de 2021, 19,5% a mais do que junho de 2020.

Fundos que lideraram a captação líquida

Dos fundos de investimentos disponíveis no mercado, dois deles foram responsáveis pelo grande aumento da captação líquida, são eles: renda fixa e multimercados, respectivamente. Sendo que o movimento na renda fixa se concentrou nos fundos de baixa duração, aqueles que geralmente garantem a liquidez imediata aos investidores.

Comparando novamente com o primeiro semestre de 2020, os fundos de renda fixa registraram um resgate líquido de R$ 91,6 bilhões. Já em 2021, esses mesmos fundos tiveram uma captação líquida de R$ 98,9 bilhões.

Os fundos multimercados captaram R$ 38,7 bilhões até junho do ano passado, e durante esse mesmo período em 2021 somaram R$ 81,4 bilhões.

Analisando outras classes de fundos

Enquanto as duas classes de fundos acima lideraram os resultados positivos no total de captação líquida do país, outros também apresentaram mudanças significativas. A Anbima explicou que alguns movimentos pontuais foram responsáveis pelas alterações:

  • Ações: Captação líquida de R$ 50,4 bilhões no 1º semestre de 2020 e apenas R$ 3,2 bilhões em 2021 no mesmo período.
  • Participações (FIP): Captação líquida de R$ 8,2 bilhões no 1º semestre de 2020 e resgate líquido de R$ 15,5 bilhões nesse mesmo período de 2021.

O que interferiu nesses dois casos foi a amortização de um fundo de pensão de R$ 43,9 bilhões e a alteração de classe de um fundo de aproximadamente R$ 20 bilhões de FIP (Fundo de Investimento em Participações) para ações.

Analisando esses dados é possível notar um retorno do varejo aos fundos de investimento em relação ao mesmo período de 2020, em que de janeiro a maio o varejo resgatou R$ 67,3 bilhões. Já em 2021, apresentou captação líquida de R$ 13,8 bilhões.

Segundo a Anbima, os resgates líquidos do varejo citados no parágrafo acima foram concentrados no segmento de alta renda.